quinta-feira, 8 de julho de 2010

Dia do Rock, mês do rock...

Quando dizemos algo sobre o dia do rock ou mês do rock ou o que seja, para alguns pode parecer implicância, mas não é não, é apenas uma opinião nossa mesmo.
Para nós, o dia do rock é tão estranho como o dia da mulher. Comemoramos até com alegria e prazer, mas dia da mulher é todo dia, claro que foi instituído por motivos nobres, mas nem por isso deixa de ser estranho.
Dia do Rock é todo dia. Também é uma frase estúpida, sabemos, mas é a verdade. E não é para nós que trabalhamos com isto não, nossa vida é sim dedicada, e nos consideramos muito sortudos por isto, mas mesmo antes, quando não trabalhávamos com isto, todo dia era dia de rock mesmo assim...
Acordamos e dormimos ouvindo, curtimos nas festas e reuniões, lemos sobre o tempo todo, nos vestimos de acordo com o que ouvimos, sempre que possível, claro. Falamos condizentemente de acordo, não usamos gírias de rapper por exemplo. Nossa família sabe que curtimos, nossas namoradas ou namorados também.
Se você está lendo isto sabe que está no contexto e que é de você também que estamos falando.
Portanto, fora as programações dos institutos culturais que podemos curtir nesta época, a estranheza de ouvirmos falar o tempo todo em "dia do rock", "mês do rock" ou que seja, persiste e aumenta a cada ano.
Dia disso ou dia daquilo, quando não serve para a concientização rumo ao politicamente correto, como o dia da água ou o dia internacional de combate à AIDS, geralmente são associados à política, ao oportunismo, à propaganda esperta que só visa confundir. A imprensa sem comprometimento ou caráter quer nos colocar no mesmo saco que aquelas porcarias que vemos nos noticiários todo dia. Esta associação é nefasta, é prejudicial.
Quem ouve este tipo de som que ouvimos geralmente se destaca (veja bem, não somos melhores que ninguém, apenas nos destacamos pelo som que ouvimos), por não sermos facilmente convencidos por propagandas falsas, por não seguirmos as modas seja de vestuário ou comportamento, por termos interesses culturais diversos, abrangendo todas as formas de manifestação artística, por estudarmos música ou, por exemplo, outra língua,esta é a realidade. Interesses nobres. Ao menos em nossa enorme maioria. Mas também não somos piores que ninguém, cada um na sua, e esta comemoração do dia ou mês do rock da forma com que é feita (principalmente pela grande mídia), tende a nos colocar no estigma que esta mesma mídia nos fez o favor de propagar pro povão de "como somos", ou seja, idiotas drogados, brigões, sujos, vagabundos e de vez em quando delinquentes... Não somos assim, e o perigo deste tipo de difusão é este, confusão.
Poderiam deixar-nos em paz, poderiam nos esquecer, e continuar a divulgar suas vulgaridades e aberrações, sem nos incluir, mas como isto agora nos parece impossível, e para que este texto não soe ranziza, pois sua função é apenas instigar o raciocínio, então vamos curtir os filmes programados especialmente para esta data (Cine Olido por exemplo), se possível curtir a programação da Galeria do Rock (infelizmente e geralmente brega e equivocada), ler as matérias pertinentes e de fontes confiáveis, ou mesmo assistir a programas que enxergam por outro lado, como o Metrópolis da TV Cultura por exemplo, ou seja, APROVEITEMOS, MAS CONSCIENTES...
A vida é rock!!

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