sexta-feira, 13 de abril de 2018

AINDA SOBRE A MÍDIA FÍSICA

Matérias sobre as vendas de música em mídia física estão se multiplicando, as vendas dos LPs cresceram 10%, a de CDs caiu mais um pouco. No mesmo bolo colocam o MP3 em desgraça e o streaming reinando absolutamente. A mídia comprometida com a música digital, e não são poucos os veículos gigantescos que ganham com isso, chegam a colocar que o CD está agonizando, ou termos mais catastróficos. Basta uma olhada com atenção nas análises sobre estes fatos, o clima de desastre e desânimo é geral, chega a ser engraçado.
Nós devemos estar numa ilha, alardeamos toda hora que estamos no vigésimo-segundo ano em crescimento, nunca houve um ano que tenhamos vendido menos que o anterior. Pode ser exceção, não sabemos, mas é nesse clima que estamos.
Vemos que parte da concorrência já não está acreditando no próprio negócio, em conversas informais nos dizem que o CD vai durar “só” mais alguns anos, que “ninguém” mais compra CDs, etc... Isso pra nós é pensamento negativo e derrotismo. O CD não vai acabar, por um simples motivo, as pessoas que os compram não vão parar de comprar. Aqui na Die Hard somos todos compradores/colecionadores, e não pretendemos parar de comprar, somos o microcosmo perfeito. Nosso estilo de música é nossa vida, e não somos os únicos, você que está lendo isso é um de nós, dado que é um comunicado aos clientes e aos conectados em nossas redes sociais.
Streaming é só rádio atualizado, é acesso, o MP3 é uma abstração jurídica, é só acesso também, no final das contas. Música colecionável é vinil, CD e cassette. A indústria já tentou matar não só os formatos mas os estilos também, e sem sucesso. Nestas mesmas matérias pode-se ler também que 48% dos compradores dos novos vinis não os ouve, nós mesmos temos alguns dos nossos sem ouvir; Umberto Eco, questionado sobre se ele leu todos os livros de sua biblioteca, gargalhou perante a repórter e disse que não teria como responder a uma pergunta desta a não ser com um simples “óbvio que não”.
O dia em que nosso produto estiver em queda, pelo menos aqui na Die Hard, nós mesmos viremos a público divulgar isso, pro momento, e que felicidade que o momento seja este, estamos vendendo como nunca. Judas Priest – Firepower foi um dos títulos mais vendidos da nossa história, e perceba que no momento da redação deste texto este lançamento tinha acontecido há apenas 32 dias. Vendemos vinil como nunca também. Futurologia não é nosso forte, ainda mais lendo e ouvindo estas besteiras sobre o nosso próprio negócio nos últimos anos, por isso, fixemo-nos no hoje, e, hoje, a vida é bela. Mas podemos garantir que o CD não vai acabar, pode ser que se diminua ainda mais sua circulação, mas não no nosso estilo musical. O vinil também não vai acabar. E nem o Cassete.
Não é só nossa opinião “apenas”, é nosso investimento, nosso trabalho, nossa paixão, nossa vida. Vida que segue.

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