quarta-feira, 13 de março de 2019

Reaquecimento

REAQUECIMENTO?
Em 2019 completamos 23 anos de Die Hard. Poucas vezes nesses anos todos vimos tanto lançamento fabricado no Brasil. Selos de todo tamanho se proliferaram, bandas bancando suas próprias produções tornando-as totalmente independentes. Quando todos dizem que o rock morreu, o negócio se amplia, parecendo se alimentar e a se vingar dessas predições furadas, e quanto mais querem matar a mídia física mais ela parece crescer, o que nem passava pela cabeça dos detratores, aconteceu, o vinil voltou, a fita cassette voltou, o MP3 perdeu a importância e o streaming deixa de competir com a mídia física. Não canso de dizer que nunca houve um ano no qual vendemos menos que o ano anterior, e não é por outro motivo senão pra constatar a realidade. Numa das primeiras semanas de 2019, em apenas uma semana, recebemos 31 lançamentos e relançamentos, todos fabricados no Brasil, obviamente não fabricaram só para a Die Hard. A imprensa se cala, os negativistas se calam, e olha que entre estes que só reclamam tem músicos, lojistas e até quem lança CDs, todos vemos que o nosso produto está em crescimento quase vertical, mas muitos ainda não enxergam isso, ou não admitem, ou são negativos mesmo.
Pela nossa opinião isso nada tem a ver com política ou reaquecimento de mercado, mesmo porque isso não está acontecendo, ao menos ainda. Tem a ver com o nosso produto mesmo, com o hábito de comprar a mídia física, com a qualidade que ela tem, com o colecionismo, com a consciência, com o prazer que isso dá. Aqui na Die Hard todos somos compradores de mídia física, e temos as idades mais variadas, então, tomando por nós mesmos, continuamos a investir, e não deu outra.
Infelizmente ainda há piratas no mercado, não são os bootlegs, falamos dos piratas mesmo. Pra não deixar dúvidas: bootlegs existem desde que inventaram o som gravado, são shows, ensaios, outtakes, tudo o que não é oficial do artista, mas que interessa a quem coleciona, é um mix de arquivo, curiosidade e raridade, são momentos que o artista não compartilhou comercialmente, porém, produziu. Um exemplo é Rob Halford num show do Black Sabbath, são itens raros, geralmente caros, difíceis de se encontrar. Já os piratas são cópias quase sempre mal feitas de um álbum que existe. Voltando ao assunto, infelizmente ainda há quem os faça e quem os comercialize, são produtos de baixa qualidade, cujo valor vai pra qualquer outro lugar, exceto para onde deveria ir, são produtos que, a princípio, não deveriam interessar a um colecionador, mas alguns os vendem sem avisar ao cliente, ou seja, na base da enganação mesmo. Entre os produtos do nosso estilo, tem os famosos russos que russos não são, tem nacionais com cara de europeus, tem nacionais com cara de nacionais mesmo, etc, ou seja, geralmente produtos oficialmente fora de catálogo. Não se justifica a venda desses produtos apenas pelo fato da gravadora oficial não os colocarem no mercado, os produtos pertencem a ela, que decidem se e quando retornarão ao estoque. Nós não temos produtos piratas, não trabalhamos com eles, não nos interessa. Porém, cada um decide o que quer para si, somos da opinião apenas de que o cliente deveria ser informado do que está comprando, as queixas de clientes que compraram esse tipo de produto, obviamente em outras lojas, só aumentam. Dito tudo isso, percebemos que até os produtos piratas cresceram em relação a um passado recente, ou seja, há procura pela mídia física mesmo.
Outro ponto a se observar é que a música digital não mais compete com a mídia física, ter um app de streaming de música não tem nada a ver com comprar o CD ou vinil, streaming é um rádio no qual escolhemos o que ouvir, só isso. Todos sabemos que a qualidade sonora é pior, isso é um fato, basta pesquisar pra comprovar, e nem se compara a um produto original com encarte.
Estamos aqui, prestes a completar 23 anos, e presenciando mais uma revolução inesperada, o crescimento das vendas do CD (e do vinil também), muitas lojas novas aparecerão, sabemos de algumas já, e isso é excelente, temos a maior saudade quando a quantidade de lojas especializadas era maior, muito maior. Só não vale golpe baixo, ou seja, uma pessoa vender pelas redes sociais, dar a impressão de que é oficial mas nem CNPJ tem, pode até vender produtos oficiais, o que é errado por parte das gravadoras venderem para essas pessoas, porém, são pontos de venda piratas, a concorrência é desleal e antiética, são ações como estas que corroem o mercado, corroem tudo. Lojas oficiais pagam impostos, geram emprego, são confiáveis, exigem investimento e postura empresarial, é onde estamos inseridos, orgulhosamente, não achamos que desemprego justifique ou que os produtos mais baratos sejam vantagem a longo prazo, pra ninguém, pois corroem o futuro do negócio, o futuro de todos os empreendedores que, por cumprirem seus deveres, têm direitos. Esse tipo de atividade parece ter diminuído, não temos como saber. É claro que cada um decide onde e com quem comprar, é óbvio, porém, não vamos deixar de tocar nesse assunto por ser delicado, sim, é delicado, porém temos uma opinião e não vemos porque omiti-la, nossa opinião é essa. Sabemos que não somos a loja mais barata, muitas vezes é o contrário, porém, não somos os mais caros também, basta pesquisar, o que pedimos que se considere no ato da compra é o básico: comparar se o produto é o mesmo e nas mesmas condições, o atendimento, o conhecimento da equipe (precisa também ter uma equipe também, hehe, nós somos em seis) , rapidez, segurança, presteza na pós-venda, as respostas às questões ou problemas quando surgem, a venda de produtos apenas novos e originais, o acervo de novidades, do catálogo completo de cada banda, das bandas nacionais, as exclusividades, etc. Vendemos para músicos, colecionadores, jornalistas e críticos de todo o Brasil, e, o mais importante, pro comprador exigente, que sabe onde está investindo seu valoroso dinheiro sem medo de errar, obrigado a você!!!!!
O que costumávamos chamar de majors hoje são, no nosso mercado, minors. São muito menores que as nossas independentes, o catálogo dos produtos que nos interessam das três antes consideradas maiores (Universal, Sony e Warner), são hoje bem menores do que os catálogos das nossas independentes. Isso é ir pro nicho? Que seja. Isso é reorganização do mercado? Que seja. A lei da oferta e procura é implacável, e, batemos o martelo nessa aposta, como sempre dissemos: não, o CD não vai acabar, relaxa, continuemos nossa coleção, que, por conceito, jamais estará completa.




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