terça-feira, 29 de outubro de 2019

AS “MINORS”


Num passado não tão distante as gravadoras tradicionais, as gringas gigantes do ramo, americanas, europeias e japonesas, por terem contratadas bandas e artistas gigantescos e terem uma produção de discos que monopolizavam o mercado e uma distribuição que beirava a eficiência da máfia, eram chamadas “majors”, aqui no Brasil inclusive.

Depois da música digital (MP3, streaming, etc) e a pirataria (principalmente aqui no Brasil), estas “majors” foram perdendo o controle que tinham sobre seu negócio, empresas de tecnologia passaram a controlar a distribuição da música digital, e a mídia física foi perdendo o espaço que tinha, procurando seu nicho, as “majors” não conseguiram, até hoje pelo menos, diminuir seu tamanho e manter a eficiência. A verdade é que um arquivo MP3 hoje é muito mais arcaico, velho, antigo, ultrapassado, do que um CD, do que um LP ou mesmo uma K7, o consumismo e a obsolescência programada ou não nem sempre funcionam.

O resultado é que hoje as pequenas gravadoras brilham no cenário, no nosso cenário pelo menos, e as produções independentes também, temos várias gravadoras especializadas que lançam muito mais, mas muito mais mesmo do que as, agora, “minors”. Se pegarmos uma só das nossas especializadas, uma só, já bate e em muito a quantidade de lançamentos de nosso estilo das três maiores destas agora “minors”.

Ultimamente temos lançamento TODOS OS DIAS, quase que totalmente das gravadoras independentes, a Die Hard está entrando no seu ano vinte e quatro de existência, há 23 anos completos estamos envolvidos neste assunto e nunca, nesse período, tivemos tantos lançamentos assim. Claro que a quantidade produzida por título é muito menor, porém, são as quantidades adequadas, a a quase totalidade dos lançamentos são edições limitadas, ainda que não explícitas, raramente há um relançamento, o que dá a sensação de urgência na compra, tanto da parte da loja quanto da parte do fã, do cliente, pois pode desaparecer rápido e não voltar mais ao estoque tão cedo, talvez nunca mais.

Existem técnicas de administração que poderiam ser utilizadas pra evitar ou consertar isso, existem ditos populares que alertam, tem o bom senso, mas até agora, pelo visto, não se deram conta ainda. Ao menos os catálogos importantíssimos que eles detém poderiam ser lançados no Brasil, mas por algum motivo obscuro isso não é feito.

Olhando o copo meio cheio da situação, vamos celebrar as gravadoras pequenas e as independentes que agora são as verdadeiras “majors”, vamos comprar os originais para que as coleções não se degradem, vamos continuar exigindo qualidade como sempre fizemos. Sim, viramos nicho, e isso tem sido positivo. Vem crise, vai crise e o mercado de CDs (e LPs) continua a desafiar até quem inventou o negócio, e bola pra frente.

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