terça-feira, 17 de novembro de 2020

A última postagem nossa sobre o "fim" da mídia física

 Tenho recebido alguns links com um texto sobre a Sony não lançar mais CDs no Brasil. Tentei ignorar, mas foram tantos links enviados que eu tive de ler e, agora, publicar o que vc está lendo.

Normalmente eu não leio textos assim porque não coincidem com a minha realidade, eu não sou apenas colecionador, eu também trabalho numa loja que vende os produtos que eu coleciono, e estas não são apenas minhas opiniões, é minha realidade, e ninguém precisa acreditar nisso, muito menos se ofender com isso, é só uma publicação. Não estou numa disputa de narrativas, não quero “ganhar” de ninguém. Eu não vou mais tocar neste assunto, porque não sou um defensor da mídia física, não sou o último guerreiro a defende-la em seu baluarte, eu só e tão somente apenas torno pública a minha realidade em uma postagem que, repito, é apenas uma postagem. Não gosto de polêmicas, nem tenho mais idade pra isso, esse tipo de discussão não leva a nada, as pessoas são como são, eu sou como sou, e o respeito é e sempre foi mútuo, isso é o que interessa. Estes debates são inócuos, alguns deles tendem a fazer as pessoas ficarem com os nervos à flor da pele, como se estivessem sendo atacadas, e, na necessidade de se defenderem, contra-atacam. Lendo alguns textos ou vendo certos vídeos, me sinto um cão de luta, aqueles pobres cães, tadinhos, sendo atiçados (isca, isca...) e isso já não deu certo em escala nacional em 2018, preciso dizer o que penso, preciso ouvir o que pensam, porém, respeito e paz... Nada vai mudar uma realidade, a minha realidade, a história define as condições das nossas vidas, dos nossos negócios, independente de nossas opiniões publicadas ou não, as minhas ou quaisquer outras. A minha realidade, há décadas, ao menos até o momento (pobres cães atiçados, não consigo me esquecer) é a seguinte: eu trabalho numa loja que que vende o suficiente ao ponto de, mesmo em 2020, ter enormes chances ainda de ter vendido ainda mais do que o ano anterior. E coloca atípico neste ano de 2020, hein. E tem sido assim, crescido a cada ano, desde sua inauguração. Somos em 6 (seis) atualmente, uma equipe administrada de forma horizontal, não temos chefes, temos tarefas, e a administração é transparente pra toda a equipe, tanto eles quanto os 39 (trinta e nove) ex-funcionários que nela trabalharam e trabalham neste esquema. A Sony saiu do Brasil? Uma pena, sinto muito mesmo. A Ford também, e muitos outros negócios debandaram, e isso pode ter mais a ver com a situação do país do que com outra coisa. Neste fim de semana vendemos TODOS os boxes, LPs e CDs importados do AC/DC em 24 horas, estoque que era pra durar ao menos 10 dias. Perde quem não o lançou aqui antes de perdermos nós, os colecionadores, que teremos de compra-los mais caro. Ao contrário do que estão dizendo, na Argentina ainda estão lançando, o Ozzy tem em estoque e o AC/DC tem previsão. Os tempos são outros, viramos nicho, hoje compra CDs quem quer, não quem precisa, insistir nesta redundância cansa, se preferem acreditar que nosso o negócio está falindo, que os CDs e vinis vão acabar em breve e que eu estou gritando aqui feito louco pra tentar reverter uma realidade, que pensem. Eu paro por aqui, nunca mais tocarei neste assunto, quando (se) a mídia física acabar, tudo tem um fim (mas também tem seu retorno como o vinil, anote) eu não precisarei publicar mais nada pois nem terei onde, por hora preciso trabalhar, fazendo o que mais amo, comprar e vender CDs, LPs e acessórios de classic rock e heavy metal e tendências. Boas vibrações pra todos! E obrigado pela atenção.
(que alívio sepultar este assunto, ufaaaaaaa, kkkkkkkkkkk)
“Quem cala consente, eu não me calo...
...Não vou ficar mais neste ringue...”
(frases aleatórias de Clara Crocodilo, do genial (sim, GENIAL) Arrigo Barnabé)

PS: Quando publiquei o texto anterior a este sobre o assunto, o amigo Luciano Piantonni (Rock Add) que, ao lê-lo, teve uma ideia, foi questionar as gravadoras. Excelente! Dica: questione os fornecedores, as gravadoras, os profissionais da área, os colecionadores. Só não vale consultar as majors, querem voltar ao tempo e vender milhões, não importando a qualidade, e isso, por sorte, já era. Aproveite e questione-as também o que é melhor, serem obrigadas a fabricar 1000 CDs, vender 300 e encalhar 700, pois muitos títulos vendem esta quantidade há décadas, ou poder fabricar os 300 e vende-los todos, às vezes reprensar mais 300 😊







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