terça-feira, 29 de março de 2011

OS DIFERENTES TIPOS DE CLIENTES

O texto abaixo circula na internet, vira e mexe a gente recebe. Não sabemos se por sermos uma loja que o recebemos frequentemente ou se é algum tipo de indireta, hehe, em todo caso resolvemos opinar aqui sobre isto, publicamente.

Não se trata de retórica, ou de querermos fazer publicidade do que vem a seguir, mas o bom atendimento com respeito ao cliente é mais do que um compromisso nosso, é parte de nossos princípios fundamentais, o pilar básico de nossa existência é sim o cliente, obviamente, e isto deveria ser pra todo e qualquer comércio ou prestação de serviços... Mas sabemos que não é assim, infelizmente, nem no comércio da esquina que insiste em te maltratar fazendo pouquíssimo caso de você ou pior ainda quando é com estas imensas corporações mais poderosas que alguns governos, estas então, com suas ramificações em todo lugar, te tratam como problemas, que é o que devemos ser mesmo pra eles, ainda mais quando reclamamos nossos mais sagrados direitos, algumas destas multinacionais preferem investir pesado em seus departamentos jurídicos pra humilhar ainda mais quem corre atrás destes direitos, dando o exemplo pra ninguém mais ousar pensar em se defender deles, e algumas delas que terceirizam o call center, que é outra tortura que sabemos muito bem como (não) funciona (gerundismos, nomes e números de ocorrência falsos e ineficientes, falta de autoridade pra solução do problema mais simples, etc...), e isso tudo com a conivência do Governo, que é pago por elas direta ou indiretamente, sem contar os lobbies mantidos lá pra oficializar estes maus tratos e garantir o monopólio (eternamente sem concorrer)...

Mas estamos muuuuuito longe disto, somos um comércio pequeno, minúsculo mesmo, e trabalhamos para um nicho, para uma irmandade, filtradíssima, a saber, formada por quem gosta de rock’n’roll em geral e de metal e tendências, que prefere produtos novos e originais, que paga preços justos compreendendo que nem sempre são os menores, que exige garantia e segurança de onde compra, que já espera eficiência, rapidez e qualidade em tudo... Este é você que está lendo isto, e é pra você que trabalhamos, e nosso texto todo aqui é pra justificar o motivo de estarmos publicando o texto do e-mail que estamos recebendo insistentemente, logo abaixo...

Antes ainda, somos humanos, e por isso erramos, dizemos aos nossos clientes que erramos porque infelizmente erramos mesmo, ainda bem que cada vez com menos freqüência e com erros diferentes, mas erramos muito ainda... Mas reconhecemos, ressarcimos e nos desculpamos com quem erramos, contando sempre com sua bondade e compreensão...

Pra finalizar, você é o nosso tipo preferido de cliente, seja de qual tipo for, se não acreditar, teste-nos e verá. Todos os tipos de clientes são bem tratados aqui, portanto bem vindos... E viva a diversidade... Os tipos abaixo são claramente caricaturas de comportamentos, estereótipos...

Obrigado...
Die Hard

Conteúdo do e-mail:

“Os Diferentes Tipos de Clientes”

1- Impacientes: São incapazes de aguardar um atendimento, seja ele telefônico ou em uma loja física. Enfurecem-se, na maioria das vezes, com os vendedores mais tranquilos.

2- Compreensivos: Sabem respeitar os demais. Entende que a educação deverá prevalecer independente da gravidade do problema.

3- Negligentes: Realizam compras nos lugares menos convencionais. Em busca de descontos, acessam sites que não oferecem a mínima proteção.

4- Insatisfeitos: O nome já diz tudo, nunca estão satisfeitos com o produto comprado. Em alguns casos, são capazes de irem à loja para trocar a mercadoria, ou ainda, alegar algum tipo de defeito.

5-Arrogantes: Se acha a “última bolacha do pacote”. Acredita saber tudo, absolutamente tudo sobre um determinado bem de consumo. Gostam de “aparecer”, especialmente nas lojas de eletroeletrônicos.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Nicolau Copérnico e Johannes Kepler e a música

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No século 15, Nicolau Copérnico (1473–1543), pai da visão heliocêntrica do mundo, acreditava que através da música se poderia encontrar o caminho até as harmonias que deram origem ao universo. Para o astrônomo italiano, as relações entre as diferentes vozes musicais possuíam o potencial para reproduzir as proporções dos movimentos celestes.
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O astrônomo alemão Johannes Kepler (1571–1630) estava convencido: "A alma humana fica alegre ao escutar sons harmônicos [consonâncias], mal-humorada ao escutar sons não harmônicos [dissonâncias]".
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Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4269371,00.html

sábado, 19 de fevereiro de 2011

NOVAS BANDAS BRASILEIRAS DIGNAS DE DESTAQUE

De vez em quando aparece uma região que acaba se transformando em celeiro, em berço, de determinada manifestação artística. Deve haver razões de sobra para sociólogos e afins explicarem isto, o que não vem ao caso neste texto... Alguns exemplos do que estamos falando: os hippies em São Francisco nos States na década de 60, as bandas grunge com camisa de flanela e som setentista na Seattle, também nos States, entre os anos 80 e 90, isto pra ficar na música...

O que nos motivou a redigir e a publicar este texto é o que achamos ser um indício de que podemos estar presenciando o nascimento de um destes pólos numa cidade vizinha a São Paulo, próxima onde, por sinal, surgiu uma leva de bandas punk de primeiríssima qualidade nos anos 70/80, no ABC Paulista, puríssimas, com atitude e autoridade (desemprego, repressão social, etc...), e oriundas de um local pra lá de industrial. Exemplificando: Cólera, Olho Seco, Inocentes, Garotos Podres...

Mauá (que em tupi significa “cidade elevada”) é uma cidade da região metropolitana de São Paulo, do chamado ABC, uma das 50 mais populosas do Brasil, e onde 1/3 é área industrial. Mesmo com o orgulho de cidade grande, ao mesmo tempo e sem ofensa, é como se fosse um bairro de São Paulo. Filhos da geração dos operários (a mesma dos punks!) dos anos 70/80, esses garotos tiveram melhores opções de formação (e informação) e agora são responsáveis por uma nova fornada de bandas bastante originais (não seja por falta de pedigree) e com muita qualidade, criatividade, inspiração e... competência (conhecimento/habilidade). No bom português, são bandas “boas pra caralho”. Surpreendentemente boas! Esses meninos poderiam estar fazendo qualquer música comercial, poderiam estar curtindo, viajando, estudando, só colecionando CDs, mas estão fazendo música, e música que só faz quem curte, quem “pertence”. Música de verdade, música de quem ama a música pela própria música. É rock. Mas este termo ficou perdido no tempo e no espaço, então é rock pesado. Mas este termo ficou brega com o passar do tempo... Então chamemos de Grindcore / Death / Thrash Metal, mas, por favor, não deixe o preconceito ou as restrições tipo “não gosto de vocal assim”, senão você vai deixar de conhecer estas bandas, e o que importa é isto, é conhecê-las. Gostar, comprar, assistir, comentar e outros verbos mais comprometedores poderão ou não ser usados depois de um único verbo ao qual você não deveria se furtar, OUVIR.

Aos interessados (algumas delas estão à venda aqui em www.diehard.com.br):

- Desalmado - http://www.myspace.com/desalmado
- Angry - http://www.myspace.com/angrythrash
- Decried - http://www.myspace.com/decried
- Set Fire - http://www.myspace.com/setfire

Que fique registrado aqui que fomos os primeiros a perceber e divulgar isto =)

Vincent Morrison
Especial e exclusivo para a Die Hard

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Uma nota após a outra...

“Uma melodia é composta de notas isoladas que se sucedem umas às outras, em sequência, i.e., no tempo. Entretanto uma melodia não possui dimensão no tempo na medida em que a primeira nota só se torna um elemento da melodia porque ela se refere à próxima e porque se coloca numa relação definida a todas as outras notas, incluindo a última. É por esta razão que, embora possa não ser tocada durante algum tempo, a última nota já está presente na primeira como um elemento criador da melodia. E a última nota completa a melodia somente porque ouvimos a primeira nota junto com ela. As notas soam uma após outra, numa sequência temporal e, por isso, possuem uma duração real, mas a linha melódica coerente não possui dimensão no tempo; a relação das notas entre si não é um fenômeno que ocorra no tempo. A melodia não surge gradualmente no fluxo temporal, mas já existe como uma entidade completa assim que a primeira nota é tocada. De que outra forma saberíamos que uma melodia começou? As notas individuais possuem duração temporal, mas suas relações entre si, que dão significado aos sons individuais , estão fora do tempo. Uma dedução lógica também tem sua sequência, mas a premissa e a conclusão não se seguem, temporalmente, uma à outra. O processo de pensamento enquanto processo psicológico pode ter uma duração, mas as formas lógicas, como as melodias, não pertencem à dimensão temporal.”

Texto de Bela Balázs, da antologia “A Experiência do Cinema”, do Prof. Ismail Xavier (organizador), Ed. Graal, 4ª. Edição, 1983

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Música de Nick Cave para o filme "A Proposta" (roteiro dele também)

The Rider Song

'When?' said the moon to the stars in the sky
'Soon' said the wind that followed them all

'Who?' said the cloud that started to cry
'Me' said the rider as dry as a bone

'How?' said the sun that melted the ground
and 'Why?' said the river that refused to run

and 'Where?' said the thunder without a sound
'Here' said the rider and took up his gun

'No' said the stars to the moon in the sky
'No' said the trees that started to moan

'No' said the dust that blunted its eyes
'Yes' said the rider as white as a bone

'No' said the moon that rose from his sleep
'No' said the cry of the dying sun

'No' said the planet as it started to weep
'Yes' said the rider and laid down his gun


A Canção do Cavaleiro
(tradução livre)

"Quando?" disse a lua às estrelas no céu
"Logo" disse o vento que seguia a todos

"Quem?" disse a nuvem, que começou a chorar
"Eu", disse o cavaleiro tão seco como um osso

"Como? " , disse o sol que derreteu o chão
e "Por Quê? " disse o rio que se recusou a correr

e "Onde?" disse o trovão, sem nenhum som
"Aqui", disse o cavaleiro e pagou sua arma

"Não" disse as estrelas à lua no céu
"Não" disse as árvores que começaram a gemer

"Não", disse a poeira que entra nos olhos
"Sim", disse o cavaleiro branco como um osso

"Não", disse a lua que se levantou de seu sono
"Não" disse o grito do sol, moribundo

"Não", disse o planeta que, como ele, começou a chorar
"Sim", disse o cavaleiro, e baixou sua arma

sábado, 22 de janeiro de 2011

A Die Hard e a Administração da Galeria do Rock (de novo)

Não é de hoje que nos opomos a esta administração, como também não é de hoje que apoiamos a mesma administração, e aqui não tem nenhuma falta de personalidade, e nem estamos em cima do muro.

Todos sabemos que a Galeira, no passado, era um antro, dava medo de vir aqui, tanto que até hoje tem uns desinformados que ainda acham que há algum perigo... De uns bons anos pra cá, o que temos de melhor é a administração, no exato sentido da palavra. Seguranças eficientes e educados, todos os funcionários são elogiáveis, sem exceção, desde os terceirizados da limpeza, ascensoristas, portaria, todos... Não é inseguro vir aqui e aqui não é sujo. Ponto pra administração. Também de uns anos pra cá resolveram problemas elétricos, hidráulicos, burocráticos (prefeitura, etc...), adequações para o Corpo de Bombeiros (mais segurança), etc... Ponto de novo.
Claro que são atitudes básicas, mas a maioria dos condomínios comerciais próximos, pra não dizer todos, está um caos. Básicos mas não fazem. Aqui foi feito, e ainda está sendo feito.

Por justiça estamos postando este texto, pois, apesar de sempre dizer que, sob este ponto de vista a administração funciona, o foco era sempre as iniciativas culturais, que são, mesmo, uma lástima.

Esta semana recebemos uma notificação dizendo que os tetos (de todos níveis) estarão sendo reformados, e isto é louvável, é algo que não se discute, mantém o patrimônio, e os clientes e profissionais se sentirão muito melhor. Se continuar assim talvez chegaremos ao piso, que precisa ser restaurado, e, quem sabe, no futuro, tenhamos uma estrutura (e não filosofia) de shopping, o que na realidade somos, com estacionamentos (convênios), banheiros melhor distribuídos, bancos em todos os andares, mais lixeiras, etc...

Não adianta dizer que criticamos de longe, pois será sempre assim, não temos o talento de freqüentar reuniões chatíssimas e burocráticas, onde se tem a impressão de que há sempre algo que você não sabe, e olha que até tentamos, mas realmente não dá. Temos a consciência de que estão decidindo por nós, e acatamos estas decisões, jamais criamos problemas com isto, apenas expomos nossa opinião, criticando, e isto é tão democrático quando as decisões que eles tomam por nós.

O que não permitimos, e nunca permitiremos, é que esta administração fale pela Die Hard. Não que isto já tenha sido feito ou tentado, muito pelo contrário, achamos que eles não dão a mínima pra nós, o que é até bom, mas quando há alguma iniciativa cultural da Galeria do Rock, e somos parte da Galeria do Rock, nos posicionamos imediatamente, pró ou contra. Tá certo que pró, pró mesmo, ainda não aconteceu, já contra... Não vamos entrar em detalhes aqui, os outros posts estão disponíveis ou neste blog ou então já foram divulgados em nosso zine O Grito, pois nunca deixamos de nos posicionar. Só pra se ter uma idéia, e nem comentamos sobre esta exposição ainda, houve uma exposição de fotos aqui, muito bonita por sinal, mas num lugar que se chama Galeria do Rock com fotos de Ney Matogrosso e Gilberto Gil, só pra citar dois... É demais... Parece o Rock in Rio, que nunca souberam exatamente o que era rock e, aliás, nem sabem atualmente onde é o Rio, e poderia ter assimilado as críticas feitas à época sobre estes ilustres MPBistas tirando uma lasquinha no espaço que era pra ser do rock... E por aí vai... O que achamos mesmo, e já dissemos isto aqui, é que esta administração deveria convocar um grupo de trabalho com pessoas que entendessem de rock, e olha que estamos na Galeria do Rock, não precisa nem procurar muito, por exemplo, e já o dissemos também, tem o Luiz Calanca, da Baratos Afins, que é pioneiro em quase tudo o que fazemos hoje (loja, gravadora, iniciativas, apoios, etc...), que é curador do Rock na Vitrine, na Galeria Olido aos sábados (da prefeitura), e é mestre, mas tem outros, muitos outros... Poderíamos parar de passar vergonha, é nisto que queríamos chegar, pois dá vergonha... E, a resposta é não pra quem está pensando que temos algum interesse nisto, como já dito acima, não temos este talento, adoramos nossas iniciativas particulares aqui na Die Hard mesmo, com a loja que fará 15 anos em julho próximo, com o site que é ainda o único atualizado totalmente (clicando recebe, o que tem no site temos MESMO pra entregar), com o selo Die Hard Records, com a difusão cultural como este blog, com o já citado zine O Grito, com o twitter vivíssimo e atuante, produção de shows, etc...
É isso, parabéns de coração, sem ressentimentos e sem interesses para esta administração que está trabalhando eficientemente. Votamos neste administrador sempre, somos pró, mas, por humildade, reconheça, culturalmente (rock) falando é deficiente...

Sucesso a todos...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cinema e Música, mais uma reflexão...

"Existe esse mito de que crítico de cinema só gosta de coisa chata. Não é bem assim. Qualquer pessoa que vai cinco vezes por semana ao cinema, cinéfilo ou não, acaba desenvolvendo um certo senso de julgamento. Clichês se tornam mais e mais irritantes. Ouvir sempre as mesmas piadas, ver repetidos a esmo os mesmos efeitos digitais, conferir sempre os mesmos finais felizes, uma hora cansa. E tudo aquilo que foge dessas facilidades, que oferece um razoável nível de elaboração, não demora a ser taxado de "cansativo", "difícil". Marcelo Hessel, www.omelete.com.br, em crítica do filme "O Retorno" (Vozvrashcheniye, 2003), de Andrei Zvyagintsey.

Claro que este texto serve para todo tipo de arte, não só, mas principalmente arte. Música, então, nem se fala... Temos amor pelas bandas, então tem bandas que quando começamos a descobrir música achávamos o máximo e, com o passar do tempo, descobrimos que era uma banda pra lá de normal, limitada até, quase medíocre, mas o amor continua, os discos continuam na estante e quando conversamos com alguém, citamos a banda com a maior nostalgia... Mas bandas “parecidas” não mais nos interessarão... E aí entra o exemplo do texto do Marcelo Hessel, acima... Crescemos intelectualmente e passamos a curtir outros tipos de bandas, abrimos o leque para outros sub-estilos dentro do som que nos agrada, uns abrem este leque até se quebrar, outros abrem só uma frestinha, outros já abrem só à noite escondido de todo mundo, hehe...

Vincent Morrison