terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Feliz 2013


O Poeta Pobre,
Carl Spitzweg (1808-1885)
Mostra as privações de um artista, mas não o fracasso. É uma opção de vida. Ele está tranquilo, contando as sílabas pra compor sua poesia, já queimou como lenha quase o quarto todo, colocou um guarda-chuva na goteira... Mas está feliz. Não abriu mão do que lhe traz a felicidade, e com certeza, pra ele, não é o dinheiro. É pobre sim, mas antes, poeta...
Feliz 2013!!!


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Enfeites de Natal da Galeria do Rock


Até que enfim resolveram rever as últimas decisões sobre os enfeites de natal, sempre muito cafonas por aqui. Mas nem tudo são flores, os enfeites externos até pioraram, não bastasse o mau gosto, ainda colocaram CDs pra enfeitar, se superaram também no desrespeito, uma vez que a Galeria do Rock é o que é hoje graças aos discos (vinil, CDs, etc...). Hoje somos a minoria, mas foram as lojas de discos que começaram isso aqui. Além de desrespeitoso é o supra-sumo do brega "enfeitar" qualquer coisa com CDs. Mas, na parte interna inovaram, colocaram umas árvores de natal suspensas, como que flutuando, e quem olha de baixo chega a ver até as "raízes". Não é lá também essas coooooisas, mas já é um avanço.
Pra estar "ditando tendências", como diz um dos slogans usados para a divulgação da Galeria do Rock, poderiam começar por inovar, como sugestão, que tal distribuir brindes, por exemplo, como camisetas ou algum tipo de sorteio como fazem os Shoppings, o dinheiro não seria, talvez, melhor investido?
Opiniões apenas, sem querer ofender a ninguém, afinal, quem toma uma atitude pública precisa saber que jamais agradará a todos. Exigimos criatividade, e não achamos que isto seja esperar muito...




quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sad Theory - Descrítica Patológica

Lançamento Die Hard, Sad Theory - Descrítica Patológica, já disponível, veja:

http://www.diehard.com.br/lojaweb/detalhes.asp?codprod=28108&codtipo=1






quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sad Theory - Descrita Patológica


Pra semana que vem, previsto mais um lançamento da Die Hard Records, mais uma banda nacional (Curitiba) de primeiríssima qualidade. O quarto álbum (o terceiro pela Die Hard). Vale prestar atenção, veja a letra de uma das músicas pra ter uma ideia:

Sincretismo
(Alysson Irala/Carlos Machado)

Neutralidade obsessiva,
Taciturno por impulso,
Abusivo em um canto de neurose,
Esquizóide primal acima das cabeças,
Fase perversotemporal em busca do sumo,
Paranóia hebefrênica da pulsão escópica do outro,
Coletividade inconsciente de comportamento neurótico sincrético,
Arquétipos esquizofrênicos de um item abusado,
Narcisismo primário na totalidade histérica,
Intermediálise sintomática invertida,
Transtorno poético compulsivo,
Mal-estar da civilização,
Taciturno por impulso,
Neutralidade obsessiva:

Tudo isso, meu amigo, é você!

Sad Theory - Descrita Patológica

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Ano XVII

Em 11.11 (ontem) a Die Hard completou 16 anos. Obrigado a todos que confiam, continuem seguros, podem confiar :) E vamos nós trabalhar, é um prazer, iniciemos o ano XVII...


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Parede da parade 1a semana de nov 2012

Parede da parade, nossa intensão é toda 6a. atualizar aqui...


sábado, 3 de novembro de 2012

Os Mais Vendidos Última Semana Outubro 2012

Os mais vendidos, atualizados... A partir de agora, só quinzenalmente...


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Torture Squad - Shievering

Torture Squad - Shievering, descatalogado há anos, agora digipak com bônus:http://www.diehard.com.br/lojaweb/index.asp


Mário Linhares nos visitando...

Um amigo, Mário Linhares (Dark Avenger e Harllequin) e Danilo, nos visitando ontem...






terça-feira, 30 de outubro de 2012

HORÁRIOS DE FINAL DE ANO

Nós não os alteraremos, permanecerão:
de segundas a sextas-feiras das 9:30 as 19hs.
e aos sábados das 9:30 as 18hs.
Na segunda-feira, 24 de dezembro, funcionaremos das 9:30 as 14hs.
Não trabalharemos nenhum domingo.
OBS: Com experiência de mais de 15 anos alterando horários nesta época do ano, notamos que geralmente ficamos sozinhos, praticamente sem cliente nenhum nestes horários e dias extras. Acreditamos que o motivo seja que os nossos clientes tenham um comportamento diferente dos clientes das demais lojas, e por isso nos adequamos.
Contando com a compreensão, agradecemos e desejamos Boas Festas e Feliz 2013 

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Produtos também da banda MX

A Die Hard está vendendo todo o merchan de mais uma banda, MX. CDs, camisetas e todos os acessórios, basta pesquisar e ver tudo o que temos... As maiores e melhores bandas e músicos brasileiros estão conosco, com exclusividade. Só pra lembrar algumas: Korzus, Hangar, Kiko Loureiro, Aquiles Priester, Made in Brazil e muito mais...

http://www.diehard.com.br/lojaweb/index.asp

sábado, 27 de outubro de 2012


Dois CDs nacionais entre os 5 mais vendidos da semana :)


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Grave Digger - Clash of the Gods nacional

O Grave Digger - Clash of the Gods nacional, lançamento nosso, vem completo, com as bônus e o EP, portanto duplo. E com os encartes separados, sem estarem grampeados...
http://www.diehard.com.br/lojaweb/detalhes.asp?codprod=28097&codtipo=4

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Novo anúncio, agora a politica...

Novo anúncio da campanha "Obras Clássicas", agora a política.
http://www.diehard.com.br/lojaweb/destaques.asp




terça-feira, 16 de outubro de 2012

PROTETOR PARA DE CD’s: DESCONTINUIDADE NA DISTRIBUIÇÃO

A Die Hard, há mais de 15 anos, distribui como brinde, em cada CD comprado, e vende  separadamente, entre outros acessórios, um protetor de CD’s (imagem ao lado), útil pois evita  que o CD acumule poeira, adiando assim sua limpeza, contribuindo para uma maior durabilidade.
Substituímos o fornecedor recentemente,  mas infelizmente sem a qualidade que estamos todos acostumados. Continuamos nossa pesquisa para encontrar outro, viabilizando a continuidade da distribuição em breve, sem perder qualidade e preço. Contamos com sua compreensão.
Esperando que compreenda, agradecemos.




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

AMPLIAMOS

Em época de muitas informações na internet, onde todo mundo diz o que quer sem nenhum compromisso com a verdade,  desconhecendo a ética e desprezando o bom senso, onde todo mundo é pedra e não se percebe telhado, passível de erros, onde o tempo todo ouvimos gente falando mal de revistas onde bastaria não comprá-las, falando mal de produtores de shows onde basta não ir a estes shows, falando mal de bandas e músicos quando bastaria ouvir e assistir a outros e tentando difamar gravadoras há décadas no ramo. Numa época chatíssima onde vivemos a ditadura de uma das piores invenções americanas, a do “politicamente correto”, não somos exceção. Também sofremos com estas armas covardes, cremos que todos somos vítimas de uma forma ou de outra. Desde pessoas achando que vamos nos mudar daqui da Galeria do Rock ou achando que o CD vai “acabar”, ou que as lojas de CDs estão falindo, e olha que só citamos aqui os insultos mais genéricos...

Para estes que não se conformam quando coisas boas acontecem para os outros também, e no intuito de que percebam ao menos às vezes o copo “meio cheio”, ao invés do sempre “meio vazio”, mas, e, especialmente e principalmente aos nossos clientes, amigos, e parceiros... Nosso copo “meio cheio”: ampliamos.

O CD não vai acabar tão cedo, o vinil até voltou, não vamos nos mudar daqui da Galeria do Rock e nem estamos falindo, muito pelo contrário, inauguramos um estoque externo há alguns meses e ampliamos a estrutura de acomodação dos produtos aqui dentro da loja, acrescentando um balcão e uma prateleira. Infelizmente o espaço para o cliente diminuiu um pouco, mas ainda há espaço suficiente pra muita gente junta dentro da loja.  Agradecemos aos amigos, clientes, parceiros e concorrentes saudáveis, torcendo para que aconteçam coisas boas a todos, tentando ver o lado bom das coisas, e continuamos à sua disposição.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ÚLTIMO TEXTO SOBRE A ADMINISTRAÇÃO ATUAL DA GALERIA DO ROCK

Olá...

No link abaixo, do amigo Marcelo Moreira, do Jornal da Tarde, tem a repercussão de nosso penúltimo texto publicado neste blog e também em nosso zine impresso O Grito, sobre a vergonha que temos das iniciativas culturais da administração da Galeria do Rock.

Pra ficar bem claro, nós não pretendemos nos mudar daqui da Galeria do Rock, isto está claro em nosso texto inicial publicado aqui e impresso em nosso zine O Grito, temos sim nossos planos B, C, etc... mas jamais deixar de lutar. Sabemos que tudo é passageiro, mesmo as situações mais grotescas e surreais.

Outro ponto que não concordamos é com a queda da venda de CDs, publicamos aqui com prazer e alegria que nunca tivemos uma queda nas vendas desde que inauguramos a Die Hard há mais de quinze anos, a não ser as causadas por fatores sazonais. Nem se trata de "voltar" a tempo nenhum, este é nosso tempo e nunca vendemos tanto CD, DVD e até o bom e velho VINIL que já declararam morto faz tempo. Esta informação não partiu de nós. As músicas comerciais tiveram sim queda de vendas, todos sabemos, mas não é o nosso caso nem de longe.

E, ainda, alguém que deveria ser de nosso meio dizer que o CD acabou, realmente fica difícil, ainda vem que isso só já basta para que não falemos mais nada a respeito... Não vendemos subproduto de música, vendemos a própria música, e falar que o CD é peça de museu é um elogio, utilizado pejorativamente mas deforma errada, em museus só tem coisas de valor e quem pensa que só tem coisas antigas precisa urgentemente rever seus conceitos, ou passar a visitar alguns museus, aliás, é essa nossa luta, CULTURAL, e apenas isso. Nada de coisinhas como "ciúmes" ou "inveja", nosso assunto, nosso interesse é real e não subjetivo, e é muito maior, não adianta tentar mudar o foco, não temos absolutamente nada, a não ser culturalmente, contra esta administração, isto seria uma burrice pois estão pilotando a nave na qual somos passageiros, infelizmente sem direito à opinião, mas ainda assim estamos à bordo. E nem nada contra ninguém aqui, o que também fica claro na matéria do Marcelo Moreira defendendo que a exposição de fotos sobre tatuagens fosse aqui, ideia do nosso amigo Calanca da Baratos Afins por sinal, também não adianta confundir nosso relacionamento com os parceiros...

Os que nos entendem já pensam como nós, e estes que não entendem parece que nunca entenderão pelo visto. Por este motivo este assunto está DEFINITIVAMENTE sepultado por nós a partir deste texto que você está lendo, só o tempo dirá quem tem razão. Nosso objetivo foi alcançado, não queríamos nossa imagem associada, culturalmente, a estes absurdos que são as iniciativas "culturais" daqui da Galeria do Rock, pois não temos mesmo NADA a ver com isto. Portanto, este assunto está encerrado para nós.

Obrigado a todos o que conseguiram ler até aqui, e a alguns que acompanharam ao longo dos últimos anos esta saga pois nossa luta é antiga.

http://blogs.estadao.com.br/combate_rock/racha-na-galeria-do-rock-lojistas-de-musica-questionam-atividades-culturais/


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Nós Temos Vergonha da Administração da Galeria do Rock

Só precisamos deixar bem claro isso, pois achamos melhor correr o risco de enchermos o saco de quem já sabe disto (desculpem-nos vocês) do que o de que haja ainda alguém que não saiba. Nós nos envergonhamos da administração da Galeria do Rock. Isto nada tem a ver com a limpeza, segurança e outros assuntos que até que estão se saindo muito bem, mas, como sempre, nossa reclamação é com as iniciativas culturais, estes administradores provaram historicamente serem totalmente equivocados, basta nos lembrarmos dos enfeites de natal, da estátua do Michael Jackson, etc... Vamos fazer um exercício de como era ANTES. Antes as escadas rolantes não estavam pichadas como estão com aquelas meias e tênis ridículos, antes não havíamos pagado mico em cadeia nacional nas novelas, antes podíamos receber a mídia sem ter de passar pela "censura", antes trazíamos bandas para conversar com o público diretamente na loja, isto só pra lembrar um pouco do que perdemos, e perdemos muito mais... A vergonha que passamos hoje é este carnaval com a divulgação alucinada de sei lá quantas curtidas no facebook, vergonha em dizer que o Google veio aqui captar imagens excepcionalmente porque é a "famosa" Galeria do Rock que parece ter existido apenas depois desta administração, vergonha em ver um informativo impresso com tanto nada escrito lá e distribuído de loja em loja... O empurrão final pra redigir este texto é que no sábado passado, durante um show da banda Cólera, houve uma correria, uma gritaria, as lojas fecharam as portas, sirenes de polícia, o público correndo pra onde podia, e ninguém soube direito até agora o que aconteceu. Isto parece não precisar de divulgação... Deve ter havido alguma reunião a qual não fomos convidados e se fôssemos não iríamos, pois odiamos estes expedientes internos com “outrossim” pra lá, “vossa excelência” pra cá, "data vênia"... E as coisas continuam como descrito acima. Esta é uma expressão de opinião apenas, não atacamos ninguém pessoalmente, é um desabado de um grupo de pessoas que amam rock’n’roll, que respiram isso, que vivem isso, dirigido a um público também assim. Esta administração é o oposto desta atitude de liberdade detentora da força de expressão que só quem vive sabe, só quem tem isto na veia entende, você que está lendo isto, temos certeza, sabe exatamente do que estamos falando, e é pra você mesmo que estamos tentando não ser confundidos com eles. A Die Hard nada tem a ver com estas iniciativas culturais que a Galeria do Rock tem tomado nos últimos anos, que tem deteriorado e corroído uma imagem criada com muito trabalho, com muito esforço, com muita luta... Estamos aqui porque eles não vão tomar este espaço sem opositores, nós nos opomos a isto, nós temos sim vergonha destas atitudes da administração da Galeria do Rock. Enquanto uma oposição política se articula, isto fatalmente ocorrerá mais cedo ou mais tarde, pois nada é para sempre, haverá uma administração que pense MAIS no ROCK como ação e MENOS na GALERIA como negócio apenas, cremos nisto. Enquanto isto não acontece, nossa proposta é colocar pessoas que realmente sejam do ramo, que realmente saibam do que se trata o assunto principal que dá nome a esta galeria, e não somos nós, nós o apoiaremos e até trabalharemos para esta pessoa, para esta nova administração, só pra não ficar na crítica sem proposta. Desculpe a insistência neste assunto, mas melhor pecar pelo excesso de informação.

sábado, 7 de julho de 2012

NOVA CAMPANHA - ANÚNCIOS DIE HARD

Sempre tivemos nossa marca aliada a todas as formas de manifestação artística, em nossa própria logomarca tem o ícone simbolista, desde 1995 quando inauguramos, o cada vez mais famoso “O Grito”, de Edward Munch. Em 2000 produzimos “Hamlet” ,um projeto cujo conceito continua inédito até hoje (não é coletânea, não é ópera rock, várias bandas fizeram a música de um só autor, etc...) inspirados no maior dramaturgo de todos os tempos, William Shakespeare. Distribuímos flyers com literatura citando a música em toda compra, sem repetir, também desde nossa inauguração, e nossos anúncios, a cada três ou quatro campanhas, são sobre artes plásticas, desde os primórdios até nossos tempos.

Nossa nova campanha tem 8 (oito) obras, as que achamos mais significativas dentro da História da Arte, e cada uma tem um motivo, uma explicação sobre o porque a escolhemos. Já divulgamos a primeira, de Jan Van Eyck , “O Retrato do Casal Arnolfini”, de 1434. Nesta obra dissemos que temos produtos (obras de arte musicais) de classic rock e heavy metal tão INTRIGANTES quanto ela, que é o primeiro óleo sobre tela do mundo e tem uma história realmente INTRIGANTE, e tudo a ver com obras musicais que vendemos. A segunda, que está nas revistas e na internet agora (imagem abaixo) é “São Tomé”, de Caravaggio, de 1593. A palavra para esta é CLÁSSICO. Obras musicais clássicas como esta, alguém duvidaria? :) Aliás, em algumas semanas terá no MASP aqui em São Paulo uma exposição sobre Caravaggio, atualmente em BH. A primeira no Brasil com tantos originais, imperdível. Os outros seis anúncios serão divulgados na sequência, e cada um deles com uma palavra significando algo na história da arte, na história da obra e relacionando com a música que curtimos e que vendemos. Achamos que é interessante relacionar, pesquisar, pois além de prazerosa, esta atividade é útil pois estas obras são maravilhosas, cheias de conteúdo, contam nossa história como seres humanos, e são citadas sempre.

Longe de querer parecer o que não somos, desde já explicamos que só temos amor pela arte, desde sempre como dito no primeiro parágrafo deste texto, não temos nenhuma pretensão e erudição ou formação acadêmica, portanto, e isto é um pedido, se você quiser acrescentar algo, nos ajudar, bem vindo! O espaço para tal é em qualquer uma das redes sociais onde estamos, nos endereços abaixo, ok?

Obrigado!

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nosso twitter: Twitter Die Hard Records

nosso fotolog: Fotolog Die Hard Records

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terça-feira, 26 de junho de 2012

Jung e a Música

"É certo que a música, bem como o drama tem a ver com o inconsciente coletivo; (...) De certa forma, a música expressa o movimento dos sentimentos (ou valores emocionais) que acompanham os processos inconscientes. O que acontece no inconsciente coletivo é por sua natureza arquetípico e os arquétipos têm sempre uma qualidade numinosa que se manifesta na acentuação do emocional. A música expressa em sons o que as fantasias e visões exprimem em imagens visuais." JUNG, C.G. Cartas 1946-1955, Volume II, pg.150.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

QUEM COMPRA CDs HOJE EM DIA?

Esta é uma pergunta que tanto as pessoas que compram CDs com frequência quanto as que deixaram de comprar nos fazem. De vez em quando alguns profissionais da imprensa também nos questionam, tanto da grande imprensa como os independentes (profissionais mesmo, que vão atrás da informação e questionam a quem acham que devem e não a quem a administração da Galeria do Rock, tendenciosamente, indica) – e vale lembrar que a grande imprensa, em sua maioria, quer mais é que o CD suma (perceba que todos tem algum tipo de rabo preso, o Terra com o Sonora, a Rede Globo com a Som Livre, etc.) - e nossa resposta é sempre a mesma: compra CDs hoje em dia quem verdadeiramente gosta de música de verdade. Simples.

Os motivos que levam uma pessoa a comprar um CD (ou vinyl, DVD, etc...) original vão desde a simples consciência, passando pelo único vínculo que podemos ter com nossos músicos preferidos fora ir aos shows, chegando ao bom gosto, pela qualidade, não se contentando em ter um produto pirata porcaria ou cópia.

Somos em cinco aqui na Die Hard, e nós cinco consumimos os produtos que vendemos, todos compramos CDs, uns mais, outros menos, outros compulsivamente, e de tempos em tempos estes comportamentos migram de pessoa pra pessoa aqui, mas nunca deixamos de comprar produtos novos e originais, que são os que vendemos, e por isso trabalhamos com isto, e por isto apostamos no nosso negócio, pois se nós cinco não alteramos nossos hábitos depois da descaracterização da Galeria do Rock, depois da profusão dos piratas, russos e chineses, que são a mesma coisa, e depois dos downloads descontrolados,então muita gente manterá estes hábitos como nós, então continuamos no negócio, e investindo cada vez mais.

A Die Hard nunca teve uma curva descendente em termos de faturamento, exceto se considerarmos os fatores sazonais, tirando isto, estamos sempre crescendo, às vezes mais às vezes menos, mas crescendo. Sinal de que apostamos corretamente, mantendo o foco no atendimento ao cliente, na qualidade dos produtos, com garantia e segurança 100%, vendendo só novos e originais, ampliando o catálogo e correndo atrás das novidades e dos lançamentos, e sempre apoiando as bandas independentes, principalmente as nacionais, e somos a loja virtual de muitos de nossos principais músicos. E também nossa venda à distância é competente, rápida, segura, e com os fretes justos. Podemos nem sempre ser os mais baratos, pois nem sempre é uma questão de preço, mas o que expomos acima é nosso compromisso. Nesta empreitada, temos a imprensa especializada do nosso lado, temos músicos nacionais e internacionais do nosso lado, temos as empresas do ramo do nosso lado, mas o que nos interessa mesmo, principalmente, é você, que é nosso cliente, e você também, que ainda não é.

Em breve divulgaremos anúncios totalmente novos, uma campanha que, como sempre, alia nossa marca aos grandes mestres da pintura, aos grandes artistas plásticos, não subestimando a inteligência de ninguém, mas desafiando quem ainda não nos conhece, quem não sabe que dedicamos nossa vida à qualidade, quem acha que o que fazemos é apenas propaganda ou frase de efeito. Nestes novos anúncios está embutida a resposta, quem compra CDs hoje em dia. Nós. Você.

Estamos aqui pra lhe atender, a equipe toda: André, Fausto, Kinder, Lucas e Thiago.

sábado, 5 de maio de 2012

Virada Cultural

Finalmente a 8a Virada Cultural aqui em SP, apesar das críticas, melhor ter um evento como este, com ou sem críticas... Algumas bandas bem legais participam (Suicidal Tendencies, Black Oak Arkansas, Iron Butterfly... E as nossas Made in Brazil, Mutantes, A Bolha...) A Galeria do Rock tinha tudo pra estar incluída, mostrando nossas bandas e trazendo outras que tenham o nosso perfil, trazendo metal e vertentes por exemplo, mas se contentou em colocar um cartaz bobo "Aqui tem cultura todo dia" ou algo parecido... Mas estamos orgulhosos de nosso amigo Luiz Calanca da Baratos Afins ter seu palco, que já é curador da Vitrine do Rock aqui ao lado, na Galeria Olido, e com o nome "Baratos Afins", lavou nossa alma, um dia a gente cresce e manda ver também, haha, e colocou lá (na verdade aqui, bem em frente à Galeria do Rock), entre outras: Baranga, Messias Elétrico, Golpe de Estado e o genial Paulo Barnabé e sua Patife Band... É isso aê, enquanto não retomamos a direção do que é nosso, comamos pelas beiradas e façamos acontecer, parabéns Luiz Calanca e Baratos Afins, estamos junto :) Curtamos todos, é com a nossa grana, a festa é nossa...

sábado, 31 de março de 2012

O Iron Maiden chegou!

Agora entendemos melhor porque a EMI foi comprada pela Universal Music. A EMI é a pior na distribuição, anti-ética até, já a Universal é a melhor... Bom, deixa pra lá, claro que tem coisas mais "altas" envolvidas, mas o que nos atinge diretamente, entre outras coisas, infelizmente, é isto... Tudo só pra dizer que o Iron Maiden - En Vivo!, CD e DVD, separados, já chegaram.
Veja: http://www.diehard.com.br/lojaweb/index.asp

terça-feira, 20 de março de 2012

DAVID BOWIE – DIAMOND DOGS

David Bowie é conhecido como o camaleão do rock, e essa alcunha é mais do que justificada. A cada trabalho Bowie vêm criando e desenvolvendo estilos e estéticas diferentes. Depois do genial Raise And Fall Of Ziggy Stardust And The Spider From Mars, Bowie matou seu personagem e demitiu a banda, literalmente, no palco da última apresentação no Hammersmith Odeon em 5 de Julho de 1973 na turnê do genial Aladdin Sane. Depois de uma álbum de covers (Pin Ups), o camaleão teve a idéia de fazer um álbum que acompanharia uma peça musical baseada no livro 1984 de George Orwell. No entanto, Sonia Blair, então viúva de Orwell, vetou os direitos autorais da obra, forçando Bowie a pensar rápido e criar o seu mundo urbano decadente chamado de DIAMOND DOGS. O cenário é uma cidade abandonada chamada Hunger City onde matilhas de cães patrulham suas ruas abandonadas enquanto punks em seus skates enferrujados passeiam sobre os telhados dos edifícios. Havia até um substituto para Winston, um gato legal chamado Halloween Jack.

O escândalo Watergate e todo clima de paranóia política impulsionaram o clima do trabalho, além da quantidade absurda de cocaína consumida por Bowie. Sem seu braço direito, Mick Ronson, e sem os Spiders, Bowie tinha a ingrata tarefa de ter o total controle do projeto. Ele desejava que a música que habitava sua mente fosse reproduzida fielmente no álbum. Em dezembro de 1973, Bowie contava com o baterista Aynsley Dunbar, o baixista Herbie Flowers, e os guitarristas Tony Newman e Alan Parker. Com esse time ingressam no Olympic Studios. Na produção Keith Harwood que havia trabalhado no Houses Of The Holly do Led Zeppelin, além de produzir All The Young Dudes, composição de Bowie para o Mott The Hoople. O pianista Mike Garson que trabalhou com gente de peso como John Coltrane, e que havia mostrado seu poder nas teclas no álbum Aladdin Sane, participa de Diamond Dogs Com a agência MainMan se afundando em dívidas, a pressão aumentava. Para suprir rápido parte das necessidades financeiras, é lançado o single Rebel Rebel, contendo em seu b-side uma deslocada Queen Bitch. Dentro do clima tenso, musicalmente falando, em Diamond Dogs, Rebel Rebel revisita o tema sobre androginia, fazendo uma ligação com os trabalhos anteriores. Seu riff hipnótico serviu muito bem aos propósitos do single, e conta a história de um vadio(a) que preocupava seus pais por conta de seu estilo de vida. Quando Rock N Rol With Me começa, o clima Owerlliano retorna, e nos lembramos que Diamond Dogs não é diversão. Também não é rock n roll, é genocídio como é dito no monólogo apocalíptico de Future Legend. O que restou do projeto original é mantido em We Are All Dead, e a avalanche de guitarras wah-wah em 1984. Além de, claro, a faixa seguinte Big Brother.

Na verdade Diamond Dogs foi produzido bem rápido e foi projetado para ser reproduzido ao vivo. Herbie Flowers disse que as faixas básicas do álbum foram produzidas apenas em 3 dias no Olympic Studios. Como a MainMan parou de pagar o aluguel do Olympic , o pessoal temporariamente migrou para o Ludolf Studios na Noruega. Na verdade o álbum foi finalizado no Ludolf por sugestão do pessoal dos Rolling Stones que haviam gravado It´s Only Rock ´n Roll lá.

Falando em Rolling Stones , Jagger e Bowie haviam se tornado amigos em 1973. Jagger havia estado presente no último show de Ziggy. Por indicação de garoto de lábios carnudos, Bowie também aceitou a indicação de artista de capa que desenhou It´s Only Rock ´n´Roll para fazer a de Diamond Dogs. O artista Guy Peellaert criou esse cenário de um circo de horrores onde Bowie aparece com sua cabeleira à la Ziggy Stardust (um dos últimos indícios de nosso amigo alienígena morto em palco.) sobre um corpo de um cão com as genitálias aparecendo. Obviamente o pessoal da RCA reclamou bastante para que a imagem das genitálias fossem apagadas, mas Bowie não cedeu à pressão. A respeito do show de horrores, não é coincidência que haja nessa capa uma referência ao filme Freaks de Todd Browning. Já escrevi isso em um dos meus textos, a respeito da Pinhead dos Ramones ter sido inspirada por esse mesmo filme de horror de 1932, mas no caso de Diamond Dogs a coisa é explicitada com o verso da faixa título: Dressed Like a Priest you Was/ Todd Browning Freaks you Was, e a referências cinematográficas se estendem também no design dos palcos... David Bowie estava muito interessado no expressionismo alemão. Os filmes O Gabinete do Doutor Caligari (1920 ) de Robert Weine, e Metropolis (1926) de Fritz Lang, serviram de inspiração. O cenário urbano e decadente de Hunger City teria vida nos palcos. O niilismo e o vazio do mundo foram expressos inspirados no conceito e design dos filmes citados. O designer cênico Mark Ravitz elaborou o palco. Ravitz já havia trabalhado com o Kiss naquela época, e criado o logotipo da banda. A turnê se inicia em Montreal no dia 14 de junho. Future Legend abriu o set list. Clássicos dos discos anteriores eram intercalados com músicas do novo trabalho, mas não dando espaço para Bowie dizer um “olá Montreal”. A turnê de Diamond Dogs combinou as montagens da Brodway com espetáculos de Hollywood com o poder do rock n roll, sendo assim a precursora das mega produções ao vivo. O trabalho de palco de artistas como U2, Madonna, Elton John e outros, não existira da forma que conhecemos se não fosse Diamond Dogs. David Bowie sempre criando e inovando, mas para se reinventar ele matou Ziggy. Para o projeto seguinte, Bowie iria desmontar esse super espetáculo que contava até com sistemas de freios desenvolvidos pela Porsche , e ingressar numa praia mais soul. E isso é assunto para outro por do sol. O que importa mesmo é informar o leitor amigo que a obra de Bowie é repleta de mudanças, rica em estética, e Diamond Dogs, apesar de ser um trabalho não muito amigável, pode ser uma excelente porta de entrada. Audição altamente recomendável.

Pier Carllo Braghirolli.
pcl-brag@uol.com.br– Obrigado de novo, Pier :)

quinta-feira, 1 de março de 2012

Estamos de olho nestas obras!!!





Retrato do Casal Arnolfini - Jan Van Eick - 1434
https://lh4.googleusercontent.com/-V7rW4_utHRw/T0_jwSBfkBI/AAAAAAAAAZs/QYfs1Dg-3tQ/s408/1vaneick300x408.jpg



O Homem Vitruviano - Leonardo Da Vinci - circa 1490
https://lh3.googleusercontent.com/-HWdNarQqBBo/T0_jwumZiiI/AAAAAAAAAZk/Lg6EVodx2r4/s408/2leonardo300x408.jpg



São Tomé - Caravaggio - 1593
https://lh5.googleusercontent.com/-B6o6A-sU7os/T0_jwppLhUI/AAAAAAAAAZo/WH2k8SmOU18/s300/3caravaggio300x218.jpg



A Morte de Marat - Jacques-Louis David - 1793
https://lh3.googleusercontent.com/-IBxRrXWPGUA/T0_jxYSeYRI/AAAAAAAAAZ8/bV456x3_Vkk/s383/4david300x383.jpg



Claude Monet - Impressão O Nascer do Sol - 1872
https://lh4.googleusercontent.com/-SRqXP1oiHWo/T0_jxRsPsXI/AAAAAAAAAaE/3ASHFLHRcGA/s300/5monet300x230.jpg



Van Gogh - A Noite Estrelada - 1889
https://lh4.googleusercontent.com/-hpawVo7yjII/T0_jxpZi6yI/AAAAAAAAAaI/IhJ5Q12wniI/s300/6vanhogh300x233.jpg



Marcel Duchamp - A Fonte - 1917
https://lh6.googleusercontent.com/-RAXYcWyRoXo/T0_jx1SnJEI/AAAAAAAAAaU/uv6V8TeSxL4/s355/7mduchamp300x335.jpg



Rothko - Untitled (Violet, Black, Orange, Yellow on White and Red) - 1949
https://lh4.googleusercontent.com/-0O3I1tmDWSQ/T0_jyPlYe8I/AAAAAAAAAac/hhGN0b5LMJ8/s371/8rothko300x371.jpg

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Megalomania na Galeria

Recebemos no final do sábado, 18.02.12, um folheto de divulgação do síndico da Galeria do Rock, das mãos do segurança gente boa, portanto, oficial. Que triste ver quem deveria nos representar no meio de um monte de gente de terno e gravata recebendo prêmio disso ou daquilo, pelas fotos dá até pra ouvir "oh, outrossim", "oh, data venia"... Que atitude mais anti-rock’n’roll. Nossos heróis da música, que construíram o passado e inspiraram o nome desta Galeria estão sendo humilhados. Mas, sejamos democráticos, muita gente deve achar bonito isto, pra estar sendo divulgado assim sem nenhum constrangimento.

Não bastasse isso, do outro lado do mesmo folheto tem um texto "Revolução Cultural da Galeria do Rock" onde, megalomaniacamente (começa pelo título), diz “grandiosidades” como “A Galeria do Rock promoveu uma verdadeira revolução cultural que nem Mao Tsé-Tung conseguiu”, “Woodstock permanente que acontece todo dia ”(sic), “Fomos tema da novela... onde um dos atores representava o papel de líder, baseado em nosso (do síndico, o plural confunde - parêntesis nossos) papel na Galeria”, etc... e não pára, consta neste folheto ainda que os enfeites de natal daqui ficaram “simplesmente fantásticos, elogiados por todos que vêm”... Nossa opinião sobre tudo e principalmente sobre estes enfeites de natal, sempre expressas aqui mesmo, é que o enfeite deste ano era, não diferente de anos anteriores, um verdadeiro lixo kitsch, e que nos desculpe quem os concebeu, o artista que divulga sua obra tem de receber críticas e opiniões diversas, assim como quem divulga, quem publica um texto como este também tem de ter esta postura, este texto que você está lendo não está fora desta lógica, muito pelo contrário, o blog é um mecanismo democrático e o espaço está aí, logo abaixo, pra quem se interessar, divergindo ou concordando, desde que, como este nosso texto, critique o trabalho, os feitos, as opiniões e não desrespeite as pessoas, sua honra ou caráter. Estamos apenas nos utilizando de nosso direito de expressar nossa opinião sobre o que foi entregue dentro da loja, jamais fomos buscar notícias fora.

Pra fechar, o texto termina com uma pérola: "como diria Carl Gustav Jung 'A Galeria do Rock entrou para o inconsciente coletivo da nossa História'”... Não dá pra ficar sem falar nada... Menos... Menos... Não nos esqueçamos da Teoria da Sincronicidade, do mesmo Jung, sabemos que muitas lojas estão tão incomodadas quanto nós, nada é para sempre, uma hora as coisas podem mudar, nada é para sempre.

Sentimos falta do Rock na Galeria, cadê as iniciativas que têm a ver com isto aqui? Temos toda a estrutura e os malhores profissionais e entendedores do país, alguém precisa dizer pra eles que existe rock além do Raul, e nada contra o Raul, claro, hein... Sentimos falta do bom gosto artístico, não só nestes enfeites bregas mas no absurdo que fizeram nas escadas rolantes, sujaram suas laterais e chamam aquilo de "arte", por favor... Existiu uma programação "cultural" para julho, o mês do rock, e o banner só foi colocado no último dia útil de julho, acredite... O certo é ouvir os frequentadores, nos vivemos com eles diariamente, de todo o país, roqueiros e bangers de verdade, os que ainda visitam a Galeria, que se chocam com o que vêm, e com o que não vêm mais aqui...

Repetindo o que sempre dissemos, esta administração é excelente no que diz respeito à segurança, à limpeza, às obrigações condominiais com os órgãos públicos (prefeitura, bombeiros, etc...) e concessionárias (luz, água...), apesar de ter sempre por onde melhorar, por exemplo não temos serviço de banda larga (!?!?!?), o que criticamos aqui é a falta de senso artístico-musical, há pessoas aqui dentro utilizando seu talento fora da Galeria, quando não o sufocando por falta de espaço aqui. E criticamos também, claro, os arroubos megalomaníacos do texto, parecendo querer disfarçar esta deficiência.

Citamos acima partes do texto do panfleto recebido e editamos o que achamos ser erros, talvez de concordância. Se você quiser ver tudo, frente e verso disponíveis logo abaixo.

Obrigado e desculpe o desabafo, você que está lendo, e que nos desculpe o próprio redator do texto criticado caso sinta que não deva sê-lo, nada contra sua pessoa ou sua administração, com o perdão da redundância, administrativamente falando, mas somos parte desta Galeria, e não nos vemos representados, não concordamos com muita coisa, e é isto que tentamos expor aqui, e o intuito é que quem tem o poder de melhorar as coisas tenha também a oportunidade de ouvir os descontentes, pois, como dissemos, não somos os únicos, temos conhecimento que não. Nossa intenção jamais for jogar pedras no trabalho dos outros, mas apenas poder, ao menos, falar, já que, como diz o ditado popular, "quem fala o que quer, ouve o que não quer."

Finalizemos com uma pergunta: Qual o objetivo da divulgação deste texto?







sábado, 11 de fevereiro de 2012

Judas Priest - Stained Class

Quando falamos em Heavy Metal, o nome Judas Priest surge em nossas mentes de forma quase automática. Quando falamos em Judas Priest, a imagem da gilete de British Steel aparece em nossas mentes de forma quase que holográfica. Todo apreciador de classic rock, todo headbanger entende que se não fosse o Hell Bent For Leather dar as pistas necessárias para o visual e para o som, British Steel, no mínimo, seria bem diferente. Sem dúvida isso é verdade, porém essa busca por uma sonoridade mais ácida e direta começa já nos primeiros trabalhos, mas em Stained Class parece que o caminho foi encontrado. Guitarras gritadas, vocais em falsete, contra baixo com sonoridade mais grave segurando as tônicas, e bateria mais pesada têm em Stained Class sua marca registrada. Essas características de som seriam aprendidas pela maioria das bandas de metal 80´s como o poderoso Accept por exemplo. Basta comparar Exciter que abre o álbum em questão com uma fantástica Fast as a Shark, e o leitor amigo poderá tirar suas conclusões. Desde Rocka Rolla o Judas buscava sua identidade, e foram criando diferentes fórmulas para cada álbum lançado. Até Sin After Sin, a banda possuía um som mais elaborado, com interlúdios, vinhetas, uso de teclados, pianos e certa quantidade de overdubs. Em Stained Class a banda captura a crueza das apresentações ao vivo e as traz para dentro das composições. Soa familiar não? Nessa época o talentoso baterista Les Binks assume as baquetas, pois Simon Philips, que gravou o disco anterior, era apenas um músico contratado e não saiu em turnê para divulgar Sin After Sin. Binks assina a autoria juntamente com Halford de um dos maiores clássicos da banda, Beyond The Realms Of Death. O dedilhado de violão foi criado por Binks e deixou Downing de queixo caído, e Halford já tratou de encaixar a letra. Todos os músicos participaram das composições em Stained Class, inclusive um calado, mas competente, Ian Hill, que assina os créditos em Invader, juntamente com Tipton e Halford.
Já em Stained Class temos a mudança da logo. É a primeira vez que a logo eletrificada aparece, substituindo a logo gótica dos 2 álbuns anteriores. O apelo “ficção científica” com um enigmático crânio metálico derretido e suas cores quentes indicam uma poderosa mudança no visual e na potência sonora. Mas ainda aqui, a banda ainda não estava usando os adereços de couro, e sim as esquisitas camisas floridas e calças boca de sino típicas dos anos 70. Stained Class foi gravado entre novembro e dezembro de 1977, utilizando estúdios e produtores diferentes. Quase todas as trilhas foram produzidas por Dennis MacKay e registradas no Chipping Norton studios na Inglaterra. Quando foi solicitada a gravação para o single, uma cover da banda Spooky Tooth foi escolhida, mas Mackay não estava disponível para a produção, então a banda contatou James Guthrie para produzir a trilha no Utopia Studio. O problema é que, anos mais tarde, Better By You Better Than Me se tornaria um dos ganchos para o processo que a banda enfrentaria. Em junho de 1990
James Vance, de 20 anos, e seu amigo Raymond Belknap de 18, fizeram um pacto após fumar muita maconha, beber e ouvir Stained Class inúmeras vezes. Um pacto de suicídio que ocorreu tristemente dois dias antes do Natal de 1985 em Reno, Nevada (EUA). Esses dois malucos escaparam para os fundos de uma igreja levando uma espingarda de caça, decididos a acabar com suas vidas. Belknap foi o primeiro a colocar a arma debaixo de seu queixo e disparar, morrendo instantaneamente, enquanto Vance sobreviveria com severas deformações em sua face. Depois disso Vance escreve uma carta aos pais de Belknap dizendo que o álcool e a música de bandas como Judas Priest, os levaram a concluir que a resposta para vida seria a morte. A família Belknap levou então a carta de suicídio ao advogado Attorney Ken McKenna. Como Halford declarara em entrevista, esses jovens não cometeram suicídio por conta do heavy metal, e sim porque vinham de lares destruídos, e estavam profundamente envolvidos com bebidas e drogas. McKenna,baseou sua tese de acusação no fato de a música do Judas inspirar a violência e o péssimo comportamento. No decorrer do processo, McKenna percebeu que precisava de uma nova “bola em jogo” para sustentar sua acusação, e quando o processo caminhava já a favor da banda, é declarada a existência de mensagens subliminares no disco todo, especialmente na faixa “Better By You Better Than Me”. McKenna declara a existência de um “do it” (faça!), que se repetia como um looping enquanto o refrão é cantado. Mais tarde foi descoberto que havia uma combinação de overdubs de guitarras, e, se o leitor amigo prestar atenção, escutará algo parecido com o do it, mais talvez porque isso tenha sido dito, até mesmo aqui nesse texto. O irônico é que Stained Class possui bem menos overdubs que os demais álbuns dos anos 70. O mais “irônico”, segundo Halford, é que escolheram uma canção que não é da autoria do Judas Priest. “Better By You... “foi uma tentativa de emplacar a banda nas FM´s. A letra não fala sobre suicídio ou mal comportamento, e sim sobre o sentimento de lutar na guerra para defender seu país, mas para isso é preciso abandonar a namorada para ingressar no front de combate. Se o leitor amigo quiser conferir uma pequena entrevista no youtube a respeito desse assunto, basta pesquisar: “Attorney Ken McKenna Subliminal Judas Priest Trial Interview.”
Muito é dito sobre mensagens subliminares. Quando, por exemplo, a BBC fazia suas transmissões nos anos 1920, muitos acreditavam que o rádio era algo maligno. Para mudar essa atitude, a BBC construía pequenos trechos em seus jingles que ficavam “ocultos” ao ouvido, mas que poderiam ser captados pela mente. Esses trechos tocados de trás para frente diziam o seguinte ao ouvinte amigo: ”Isto não é um laço, não, realmente isso não é.”.
No caso do processo, o juiz deu ganho à banda por entender que se tratava de um “acidente” de produção e que a existência do “do it” era apenas combinação de diferentes sons de guitarra sobrepostos.
O leitor amigo poderá concordar ou não com a possível existência das tais mensagens subliminares, ou mesmo, que Stained Class é o disco dos anos 70 que mais apresenta a sonoridade e peso dos 80´s. Audição altamente recomendável.

Píer Carllo Braghirolli
pcl-brag@uol.com.br

Obrigado de novo, Pier :)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

RAMONES - LEAVE HOME

Quando o leitor(a) amigo(a) estiver lendo esse humilde texto, pensará em Ramones como sendo Punk Rock. Mas nos dias de hoje os Ramones estão em outra categoria maior, a do Classic Rock.

Títulos revolucionários como o primeiro trabalho “Ramones” (1976), e “Rocket To Russia” (1977) escreveram capítulos importantes na história do rock. Mas entre esses dois trabalhos encontramos um subestimado “Leave Home”, objeto desse texto.

“Leave Home” é um termo utilizado para expressar a idéia de independência, sair de casa, constituir sua própria família, etc. A partir desse momento a banda deixava de ser um fenômeno local relacionado ao CBGB para conquistar o mundo. E foram a partir desse ponto, 20 anos de turnês mundiais quase ininterruptas. Os Ramones ganharam o mundo. Mas as coisas não eram fáceis e embora os críticos já tivessem se rendido ao potencial da banda, as rádios não estavam interessadas em seu som. Isso não impediu de “Leave Home” ter um orçamento maior em sua produção e demonstrar maturidade em termos de composição e solidificação da personalidade apresentada no trabalho anterior.

A banda ganhou então uma van da Sire Records, e a equipe de apoio se triplicou, mostrando um crescente profissionalismo.

Danny Fields era então o empresário dos Ramones enquanto Arturo Vega desenhava o logotipo da águia americana que aparece na contra capa do disco.

Com o jeito Ramones de ser as rádios, gravadoras e até mesmo alguns fãs não captavam as mensagens no subtexto das letras. Exemplo é a “Glad To See You Go” que abre o álbum sem deixar dúvidas sobre a intenção direta da banda. Porém a pegada alegre com referência a Charles Manson fez com que a WNEW se recusasse a tocá-la. Essa faixa, na verdade, fala de Connie, uma ex- namorada de Dee Dee Ramone. O paradoxo “Temas Horríveis / Melodias Alegres” tornou se um problema segundo Tommy Ramone. No caso de “Gimme Gimme Shock Treatment” temos uma levada divertida e honesta no tratamento da saúde mental. O som dos Ramones buscava resgatar a simplicidade do rock básico, eliminando o desnecessário, como solos, e mantendo a estrutura básica dos acordes.

Não há grandes efeitos de distorção ou produções exageradas. No caso de Johnny Ramone e sua guitarra Mosrite branca, há velocidade e músculos apenas. Sendo assim, como foi feito no disco de estréia, os Ramones escolheram “Califórnia Sun” do Rivieras para coverizar. A influência do rock da primeira metade dos 60´s e a surf music são claramente percebidas em toda a carreira da banda, mas “Califórnia Sun” parece mesmo ser uma música dos Ramones, tamanha a identidade imprimida nessa releitura. Como dizia Joey na época: - “Todos nós somos muito fãs de surf music.” Então a escolha dessa música não poderia ser mais apropriada. Quem quiser conferir a versão original basta procurar no youtube o vídeo com o seguinte título: The Rivieras - California Sun. Outro ponto alto é a faixa “Pinhead”. O pessoal dos Ramones realmente se identificou com o filme Freaks de 1932 do diretor Tod Browning e escreveu “Pinhead”.

Essa trilha é uma declaração de que os Ramones eram os freaks, e ninguém os queria. Nem as rádios e nem as gravadoras. Eram diferentes e mal compreendidos. “Pinhead” apresenta a saudação Gabba Gabba Hey, que na verdade foi retirada e modificada da cena do banquete do filme de Browning aonde a frase “We accept her! We accept her! One of us! One of us! Gooble-gobble, gooble-gobble!" recebia entonação com bastante entusiasmo por parte dos freaks. Se o leitor(a) amigo(a) tiver curiosidade, procure no youtube o vídeo com o título Gooble Gooble, mas aviso que as cenas podem ser chocantes para pessoas mais sensíveis. As faixas citadas já seriam motivos mais que suficientes para colocar Leave Home na lista de audição do apreciador de classic rock mais entusiasmado. Mas ainda há “Carbona Not Glue”, uma faixa polêmica que teve que ser retirada das primeiras edições em vinil. Carbona foi substituída nos EUA por “Sheena Is a Punk Rocker”, enquando na Inglaterra teve em seu lugar a faixa “Babysitter”. Isso porque foi necessário evitar um possível processo porque Carbona é uma marca corporativa. Outro ponto interessante é que no caso do vinil inglês “Babysitter” não aparece nos créditos da contra-capa e nem no encarte. Há colecionadores que afirmam que a versão em vinil inglesa é mais rara que a contendo Carbona. Logo em seguida um lote de vinis com “Sheena Is A Punk Rocker” é lançado confundindo todo mundo pois essa mesma faixa, está presente no “Rocket To Rusia”.

Isso ocorreu porque a Sire Records foi comprada pela Waner Bros. Records que lançou “Sheena” no Rocket. Há quem diga que existem diferenças de mixagem entre as duas versões de “Sheena”. Caso seja verdade, a diferença é mínima realmente.

Lançado em janeiro de 1977, “Leave Home” é um dos maiores e mais subestimados trabalhos da banda de Forest Hill, no Queens. A essência punk rock nesse trabalho é brutalmente honesta e sua sonoridade é cativante e cheia de energia e urgência. Indispensável para quem ama e aprecia classic rock.

Píer Carllo Braghirolli
pcl-brag@uol.com.br


OBRIGADO PIER :)

sábado, 14 de janeiro de 2012

PINK FLOYD - ANIMALS

  O ano de 1977 marcou o fim do “dinossáurico” e ultrapassado rock progressivo. E o anúncio de uma nova revolução sonora, o punk rock.
As longas suítes de 20 minutos cediam lugar ao poder sonoro dos três acordes. Logo, The Clash era mais relevante que o Genesis.
O que foi dito até agora é correto até certo ponto, pois em 1977 o Pink Floyd lança Animals, um de seus mais poderosos trabalhos.
É inegável que a sonoridade de Animals é mais crua e direta do que qualquer trabalho produzido pela banda até então, incluindo as trilhas sonoras More e Obscured By Clouds, e principalmente bem diferente de seu antecessor Wish You Where Here.
Isso não se deve apenas à influência do punk, mas também às qualidades acústicas do Britannia Row, comprado pela banda na época.
O pessoal do Pink Floyd aproveitou os três andares e montou um estúdio que ia de encontro às suas necessidades. Havia a possibilidade dos membros operarem a mesa de som e equipamentos sem a supervisão de um engenheiro de som. Apesar de satisfeitos com Abbey Road, as sessões no lendário estúdio eram mais longas e conseqüentemente mais caras. Ter um espaço próprio significa economia e liberdade de tempo, sem as pressões habituais com prazos. A área escolhida para a operação da mesa e tapes não possuía uma janela, dando um aspecto claustrofóbico ao local. Roger Waters iria mais tarde se referir ao Britannia Row dessa maneira: “ O lugar parecia mais uma porra de uma prisão.”
Ainda com todas essas vantagens a presença de um engenheiro de som era necessária, e Brian Humphries assume o posto.
Musicalmente, Animals é o trabalho mais direto da banda. Inspirado pelo livro “A Revolução dos Bichos” ,de George Orwell, Waters não economiza críticas às forças armadas “Dogs”, aos poderes políticos “Pigs (Three Different Ones)”e às massas de manobra “Sheep”.
Algumas partes de Animals já existiam até mesmo antes do lançamento de Whish You Where Here. É o caso de Dogs que já era executada ao vivo em 1974 sob o título de “Gotta Be Crazy”. O mesmo para alguns elementos de Sheep que recebia o título de “Raving and Drooling”.
Para os shows ao vivo a banda convida o guitarrista Snowy White que já havia trabalhado com Peter Green do Fleetwood Mac, para tocar as partes de overdubs que Gilmour criara em estúdio. Durante a turnê, Snowy White assombrava a audiência toda noite tocando o contra baixo de abertura de Sheep e gerando dúvidas na mesma que se perguntava quem era esse “novo membro do Pink Floyd”.
Porém, Snowy White chega ainda durante as gravações de Animals e acaba tendo uma recepção não muito feliz. O engenheiro de som Brian Humphries faz uma pausa para um merecido café. Nick Mason e Roger Waters então assumem o trabalho de edição na mesa de som, apagando acidentalmente um solo inteiro do Gilmour.. Nesse momento White vira para Gilmour e diz: “ Se você pudesse não estaria aqui nesse momento, não é mesmo?”
Roger ouviu e ficou obviamente furioso e rebateu de pronto: “ Uma vez que você já esteja aqui, você deveria tocar alguma coisa.”. Apesar desse pequeno mal-estar, a produção de Animals fluiu mais facilmente que Dark Side e Wish You Where Here. Animals é o disco mais urgente da banda, porém não isentou o grupo de receber críticas expressas de forma gentil e educada em uma camiseta com os dizeres “Eu Odeio Pink Floyd, usado pelo estimado Johnny Rotten.
Em dezembro de 1976, as gravações e mixagens estavam completamente prontas. Chegava o momento de se concentrar no trabalho da capa. A Hipgnosis chegou a apresentar três idéias que foram reprovadas por não ter o apelo correto. Então surge Roger Waters com a idéia do porco inflável. A capa que exibe um enorme porco inflável é fotografada na Battersea Power Station e é uma das mais carismáticas e interessantes da história do rock.
O incidente do objeto inflável ter escapado pelos céus é verdadeiro e não boato. Quando o porco resolveu dar um passeio pelos céus, planos de emergência de vôos foram acionados, aeroportos e aviões foram avisados sobre um porco voador, e uma equipe de advogados já se preparava para muito trabalho e dor de cabeça, principalmente o advogado da banda Bernard Sheridan. Felizmente nenhum incidente foi registrado e ninguém se machucou, e o objeto pousou na região de Kent e foi resgatado por um fazendeiro.
A turnê de Animals foi turbulenta e difícil, gerando inspiração para o próximo álbum, The Wall. Com uma audiência mais desconectada e distante da proposta da banda, o jeito foi construir um muro como uma declaração de distanciamento entre audiência e banda. Mas isso ocorreu em uma situação de puro estresse na turnê de Animals em 1977, no Olympic Stadium em Montreal, onde Roger cospe no rosto de um rapaz mais exaltado. Fogos de artifício irritam Waters como é mostrado por esse áudio no youtube (procure Roger Gets Mad At The Audience).De qualquer forma, Animals é uma declaração de criatividade e mudança de direcionamento e fórmula de trabalho. Um disco que também não fica preso ao fantasma de Syd, Barret e que, dessa forma, possui vida própria. Se The Wall é um dos discos mais populares da banda, isso foi porque Animals, de maneira esquisita, abriu espaço para isso. Animals é um clássico, obrigatório para quem é colecionador e apreciador de Classic Rock.

Por Píer Carllo Braghirolli - pcl-brag@uol.com.br- (Obrigado Pier :) )

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Blind Guardian e a Literatura Fantástica

Que a literatura serviu e ainda serve de inspiração para muitos letristas da música pesada não é nenhuma novidade. Que a banda alemã Blind Guardian é uma das bandas que mais bebem dessa fonte também não. Porém, ainda há aqueles que desconhecem as origens de algumas das letras dos alemães. Por uma questão de espaço comentarei um número limitado dessas obras.
O escritor mais influente para Hansi Kursh e sua trupe é J. R. R. Tolkien. A banda já prestou homenagem ao escritor inglês em seu primeiro álbum, Battalions of Fear, nas músicas Majesty e nas duas instrumentais, By the Gates of Moria e Gandalf’s Rebirth. No disco Tales from the Twilight World também podemos encontrar mais referências ao Professor Tolkien: a óbvia Lord of the Rings, e a mais sutil Lost in the Twilght Hall onde se pode interpretar a letra como descrevendo os pensamentos de Gandalf após derrotar o Balrog de Morgoth nas profundezas de Moria.
Contudo, o álbum mais complexo inspirado por uma obra de Tolkien é Nightfall in Middle-Earth baseado nos acontecimentos descritos n’O Silmarillion, livro póstumo do professor, editado pelo seu filho, Christopher Tolkien. Apesar de o livro descrever a criação do mundo, o surgimento dos elfos e dos homens, até o final da primeira era do mundo, quando Morgoth o Senhor do Escuro é derrotado e aprisionado pelos Valar, sobre a queda da ilha de Númenor e sobre Sauron, o novo Senhor do Escuro e a criação dos anéis de poder, o disco se concentra na parte principal que é a História das Silmarils. Assunto extenso e complexo para ser tratado em espaço tão pequeno, mas o Silmarillion é altamente recomendável àqueles que querem saber mais sobre os acontecimentos que antecederam o primeiro encontro de Bilbo e Gollum e o que isso acarretou ao longo do Senhor dos Anéis.
Outra música que merece destaque é War of the Thrones, do mais recente disco At the Edge of Time. Música é baseada no primeiro volume ­– a Guerra dos Tronos – das Crônicas de Fogo e Gelo do escritor americano George R. R. Martin, considerado pela imprensa como o Tolkien americano (o que para este humilde leitor que vos escreve é um exagero; um, porque a obra de Martin não tem semelhança alguma com as obras de Tolkien; dois, porque Tolkien foi o primeiro e seu estilo é único; e três, porque Martin é um excelente escritor por seus próprios méritos e não precisa desse tipo de comparação.) Os livros são um prato cheio para os fãs de fantasia, cheios de reviravoltas, batalhas, intrigas, etc. Outra música do mesmo álbum baseada na Guerra dos Tronos é o primeiro single do disco, A Voice in the Dark. Não escreverei detalhes sobre a letra, pois ela trata de um evento muito importante, portanto não irei entregar o ouro para quem não leu o livro ainda.
Voltando ao álbum Batallions of Fear encontramos a música Guardian of the Blind, inspirada no livro A Coisa do mestre do horror Stephen King. Um dos meus livros favoritos do escritor americano, a estória gira em torno de amigos que foram atormentados por um palhaço chamado Parcimomioso quando crianças e que já adultos têm que reviver o pesadelo de sua infância. A série de ficção científica Eternal Champion, de Michael Moorcock foi usada como inspiração para a faixa Quest for Tanelorn do álbum Somewhere far Beyond, e em Tanelorn (into the void), no álbum At the Edge of Time.
As referências são inúmeras. Ao longo de sua discografia, muitas músicas do quarteto alemão foram inspiradas pela literatura fantástica, seja ela fantasia, ficção científica ou horror. Seja qual for a sua preferência, corra atrás das obras (algumas delas não foram publicadas em português, mas aí há uma oportunidade para você praticar seu inglês), coloque os discos para rodar e aproveite a viagem.

Texto de Eduardo Barcelona Alves - educooper@yahoo.com.br - Obrigado Edu :)